Quem sou eu

Arquiteto e Urbanista, Artista Plástico, caricaturista com publicações no Pasquim, Globo, Jornal do Brasil, Jornal do comércio, Opinião, Playboy e outros. Capas e ilustrações para livros, editoras ZAHAR, José Olympio, FTD e outras. Prêmio de “Ilustrador do Ano”, Clube de Criação – S.P - 1989, Prêmio da Fundação Nacional do Livro “Melhor Ilustração Infantil" - 1989. Mestrado e doutorado em comunicação ECO-UFRJ. Professor adjunto da faculdade Santa Úrsula, de 1975-2000. Professor de desenho e pintura da Escola de Artes visuais do Parque Lage com o curso "Desenho Contemporâneo: produção de sentido e narratividade" - autor do livro "Arte, Artistas e Arteiros" 2011 (versão digital)Editora Gato Sabido - www.gatosabido.com.br E-mail: orlandommollica@gmail.com

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Prova do Artista

Pintura como falsa impressão. Pintar impressões de pinturas impressas sobre impressões publicadas. Usina imaginária e profana reciclando fragmentos da história da arte, sem pedir licença. Emplacamento frio. Poética da fraude que se auto-profana. Que se proclama e se consuma como verdade na consagração social de uma exposição caseira, íntima, tirando uma "prova do artista".
Mollica / 2010












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Neste trabalho ironizo, através de parodias visuais, imagens "vendidas" por determinadas revistas de decoração de interiores, nas quais, o processo criativo do designer contemporâneo, supostamente, mimetiza o de pintores e artistas romantizados pela história da arte: aqueles que, segundo ela, se deixam guiar pela inspiração expondo seus sentimentos mais profundos. Bem como satirizo a mistura conceitual entre interioridade psíquica e interioridade arquitetônica. As revistas escolhidas são preferencialmente as que têm maior difusão no Brasil, muitas das quais são internacionais com sede nos Estados Unidos.

O SUPORTE
Como se observa, imagens editadas pelas atuais revistas de design de interiores pretendem servir de modelos estéticos ao leitor, que tanto pode ser um profissional da área de design de interiores, bem como qualquer pessoa que deseja mudar a decoração de sua casa. Têm como público alvo às classes médias e altas. Geralmente apresentam em suas páginas imagens de ambientes luxuosos, onde cada objeto de sua composição (seja um quadro, uma cadeira, um tapete, uma mesa, e assim por diante), além de mencionado nas legendas e nos lemas publicitários, é apresentado fotograficamente da forma mais atraente e sedutora possível ao leitor, com o objetivo de moldar seu gosto estético, dirigindo seu desejo para a compra do mesmo.
Além do mais, o que muito caracteriza a forma editorial dessas revistas, é a articulação dos textos com as imagens, pretendendo com isso vender também "estilos de vida", que têm como modelos, supostamente, pessoas que se destacam socialmente por possuírem "uma personalidade marcante" e tidas como muito "criativas", geralmente associadas ao viver hedonista, bem sucedidas sócio-financeiramente, ou alguém que alcançou a condição de celebridade, através da fama midiática e/ou do enriquecimento financeiro.
Nesse sentido, os editores selecionam interiores de casas de gente rica e famosa, artistas, banqueiros ou industriais, localizadas em grandes centros urbanos do chamado "primeiro mundo", tais como, Nova lorque, Londres, Paris, Los Angeles, Miami, ou em logradouros tidos como bucólicos, antigos vilarejos, hoje transformados em "points" do jet set internacional: Côte d' Azur, Provença, Toscana, Maioca, Bahamas, ou algum país "exótico" situado abaixo da linha do equador, e outros "paraísos terrestres". A riqueza material desse'" personagens, tal como aparece nas revistas, está enredada num luxuriante caos estético produzido pelos designers, onde predomina a vulgaridade que surge da profusão quase infinita de materiais de construção, móveis de estilos duvidosos, adereços e obras de arte de artistas famosos.

O PROCESSO DE TRABALHO
Depois de passar pelo processo de escolha das imagens, basicamente a pmtir do sentido do texto principal, é tirada uma fotocópia colorida para, em seguida, receber tratamento plástico, quando são usados diversos materiais: tinta a óleo, acrílica, nanquim, e pastéis a óleo, com o objetivo a transformação estética da imagem inicial impressa na revista.
Através da aplicação de diversas camadas de cores superpostas à maneira do expressionismo abstrato (gestual), essa pintura! desenho não apriorística incorpora em sua tessitura, além de textos, títulos e legendas, pequenas "janelas", ou "buracos" de onde emergem fragmentos figurais provenientes de imagens originalmente impressas nas revistas.
Do conjunto dessas intervenções emerge uma salada poética composta de diversas linguagens plásticas, de onde resultam novas imagens, impressas ajato de tinta sobre diversos tipos de suporte (papeis fotográficos, tela) diagramadas e numeradas à maneira das próprias páginas das revistas e ampliadas na proporção das mesmas, medindo em média, 0.90 X 120m, depois de passarem pelo processo de reprodução digital..
Em última análise, essa manobra estética pode ser definida conceitualmente, como uma criação serial de significantes, sobre uma produção seria I de significados.
Orlando Mollica
Abril 2008-04-12

A Poetic Remedy for Architectural Indigestion
In this my most recent work I make visual parodies of the images touted by the some of the most popular interior decoration magazines. Their editors commission designers to mimic the creative processes of artists romanticized by the history of art - processes which flow from the most and profound and spontaneous inner sentiments. The texts which accompany the glossy photographs promise the reader a trip to another place where they will find the best life-style that money can buy.

The role models who appear in the editorials are almost always folk who have achieved fame because of their financial success, be they bankers, singers, TV presenters, models, actors, or sportsmen. They are the product of the great urban centers, though the magazines like to portray them in their second homes in those ancient places now transformed into rendezvous for international celebrities, the Côte d’Azur, Tuscany and the Bahamas. Their money can land them in an earthly “paradise” where they can luxuriate in the vulgarity of the design chaos that surrounds them. This confusion between sentimental and architectural heaven is the butt of my satire.

I choose magazines with the greatest awareness in Brazil, many of them American. After selecting the images, normally on the basis of the editorial, I take a color photocopy and transform the aesthetic of the original image by working over it with materials such as oil paint, acrylic, india ink, or oil pastels.

Using gestures in the expressionist manner I randomly apply several superimposed layers of color, thus incorporating into the surface texture little “windows” or “holes” where fragments of text and figures from the original printed images show through. From these interventions emerges a poetic salad of new images ink-jet-printed on glossy coated paper and mounted poster-style.

My handwork can be defined as a serial creation of signifiers on a serial production of significances.

Belvedere convida exposição de Mollica no Museu de Arte Moderna - RJ